O câncer colorretal inclui os tumores malignos do cólon (intestino grosso) e reto. Pode acometer tanto homens quanto mulheres e é a primeira causa de câncer do aparelho digestivo e terceira causa de tumores malignos no Brasil.
Os principais fatores de risco são: idade acima de 50 anos, doenças inflamatórias intestinais (retocolite ulcerativa e doença de Crohn), tabagismo (fumo), obesidade, vida sedentária (falta de atividade física), dieta com alto teor de gorduras e baixo teor de fibras, além de história familial de pólipos intestinais ou câncer colorretal.
Os sintomas são inespecíficos (podem estar presentes em várias outras doenças também) e demoram a aparecer. Quando surgem, podem já estar associados à presença de metástases (doença já espalhada para outras partes do corpo). Incluem sangramento ao evacuar, anemia, fraqueza, dor ou caroço palpável no abdome, mudanças do modo do intestino funcionar (aparecimento de quadros de diarreia ou intestino preso), náuseas, vômitos, emagrecimento e perda do apetite.
A investigação deve incluir o exame físico (exame proctológico), a colonoscopia com biópsia da lesão, exames laboratoriais (de sangue) e exames de imagem (tomografia computadorizada, ressonância nuclear magnética e ultrassonografia endorretal tridimensional).
O tratamento de um tumor inicial pode ser realizado durante o exame do colonoscopia através da retirada de um pólipo já com comprometimento tumoral. Para tumores maiores geralmente é realizada cirurgia com retirada do segmento intestinal junto com os gânglios linfáticos (ínguas) acometidos. Em mãos experientes, a cirurgia pode ser realizada por videolaparoscopia com resultados semelhantes à operação aberta (com corte).
Dependendo da localização do tumor, do tipo de cirurgia e da ocorrência de complicações no período pós-operatório, pode ser necessária a realização de um estoma (ileostomia ou colostomia) temporário ou permanente.
De acordo com o resultado da biópsia ou na presença de metástases, a operação é complementada com a realização de quimioterapia. Nos casos de tumores do final do reto, pode ser realizado tratamento de radioterapia e quimioterapia antes da cirurgia, para reduzir o tamanho do tumor, facilitar sua retirada cirúrgica e para diminuir os riscos de recidiva (reaparecimento do tumor). Após o tratamento, os pacientes devem ser acompanhados regularmente.
Pacientes que têm diagnóstico precoce (no início da doença) têm maiores chances de cura. Mas o melhor caminho é sempre a prevenção, por meio da retirada dos pólipos intestinais (lesões benignas, mas que podem se tornar malignas). Vários exames podem ser realizados para a prevenção do câncer colorretal, dentre eles o exame proctológico, a pesquisa de sangue oculto nas fezes, a retossigmoidoscopia e a colonoscopia. A idade de início da realização dos mesmos e a escolha de qual o melhor exame a ser feito deve ser orientada pelo seu médico, de acordo com suas características individuais e histórico familiar.