Os profissionais da Uniprocto & Gastro estão sempre acompanhando as novidades médicas e científicas sobre a gastroenterologia. No período de 17 a 20 de novembro, Dr. Alexandre, Dra. Silvana, Dra. Isabel e Dra. Carmem participaram da XVII edição da Semana Brasileira do Aparelho Digestivo (SBAD 2018) que este ano foi realizada em conjunto com a Semana Pan-americana de Enfermidades Digestivas (SPED 2018). O maior evento sobre o Aparelho Digestivo da América Latina foi realizado em São Paulo e contou com uma vasta programação.
Um dos assuntos tratados este ano na Semana Brasileira do Sistema Digestivo foi sobre a microbiota intestinal. Apesar de ser um tema em voga e aplicada em várias questões de saúde como obesidade, disbiose, intolerâncias alimentares, atopia e autoimunidade, a suplementação de probióticos não deve ser feita de maneira indiscriminada. Os probióticos, que possuem diversos representantes na indústria farmacêutica com cepas de bactérias diferentes, ainda carecem de estudos científicos mais sustentados para direcionar o profissional da área de saúde em sua plena indicação. O que parece ser uma tendência de fato é o mapeamento da microbiota, para a sua individualização quanto ao seu benefício para cada caso e cada paciente.
Riscos com o uso de IBP
Na XVII SBAD, também debatemos sobre os riscos com o uso de IBP. Uma das medicações mais vendidas no balcão das farmácias, os famosos IBPs (inibidores de bomba de prótons), antiácidos potentes que auxiliam em sintomas de má digestão, azia, refluxo e “gastrite”, têm sido foco atual de muita polêmica. O uso indiscriminado dos prazóis, como conhecidos, a citar omeprazol, pantoprazol, lansoprazol, entre outros, têm gerado muita discussão nos últimos anos, por demonstrarem, em alguns estudos científicos, potenciais riscos à saúde.
Dentre os possíveis efeitos colaterais por estes medicamentos, o risco aumentado de câncer de estômago, demência e deficiências nutricionais são os mais em voga. Até o momento, nenhum destes riscos foram comprovados efetivamente, havendo muitas controvérsias e vieses nos estudos, que permitem estas medicações ainda serem prescritas por longo período e até de uso contínuo.
Alertam as sociedades médicas mundialmente, como a Federação Brasileira de Gastroenterologia, que, apesar de medicação segura, os IBPs devem ser consumidos na menor dose necessária e no menor intervalo de tempo possível. Evite a automedicação.
Transplante fecal
Outra novidade que a equipe da Uniprocto & Gastro trouxe da Semana Brasileira do Sistema Digestivo desse ano foi sobre o transplante fecal. O transplante fecal consiste na infusão, geralmente por colonoscopia, de microbiota saudável de fezes de doador. Ainda é um tratamento experimental para muitos distúrbios como obesidade, síndrome do intestino irritável e doença inflamatória intestinal. Atualmente, tem indicação fundamentada apenas no tratamento da colite pseudomembranosa, um tipo de infecção causada pelo clostridium difficile (deve estar em itálico). Essa bactéria pode acometer pessoas imunodeprimidas, portadoras de doenças graves ou submetidas ao uso de antibióticos.