A úlcera é uma lesão escavada profunda da mucosa (camada mais interna) do trato gastrointestinal. O termo “péptica” refere-se à sua associação com o ácido produzido no estômago. A úlcera péptica pode ocorrer no próprio estômago (úlcera gástrica) ou no início do intestino delgado, em uma região chamada de duodeno (úlcera duodenal).
A presença de ácido no estômago é normal, pois ele auxilia no processo de digestão. O problema só ocorre quando existe um aumento na produção da secreção ácida ou uma diminuição na produção de muco e de bicarbonato, que os são fatores protetores da mucosa contra a acidez. Além disso, o uso crônico de anti-inflamatórios pode desencadear a doença e, no caso da úlcera gástrica, existe uma grande associação com a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, adquirida pela ingestão de água ou alimentos contaminados.
Os sintomas mais comuns são a dor na parte superior do abdome, que pode ser em queimação ou em aperto, náuseas, vômitos, plenitude (sensação de estômago cheio), azia, eructações (arrotos). Quando a úlcera atinge um vaso sanguíneo, pode ocorrer sangramento exteriorizado como hematêmese (vômitos com sangue) ou melena (fezes enegrecidas). Nos casos mais graves, pode ocorrer perfuração do órgão e necessidade de cirurgia de urgência. Entretanto, até 40% dos pacientes podem não apresentar nenhum sintoma.
O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta, com pesquisa da bactéria Helicobacter pylori, que pode ser realizada por meio de biópsia ou pelo teste de urease.
Quando a bactéria é encontrada, o tratamento é a base de antibióticos. São utilizados ainda medicamentos para controle da acidez e proteção da mucosa. Também é importante suspender interromper o tabagismo (fumo) e fracionar a dieta (comer pequenas porções em intervalos regulares).