Olá! Vamos começar uma jornada na compreensão sobre os carboidratos, os açúcares, considerados como os vilões da dieta na modernidade. Entenda a sua fisiopatologia (o mecanismo dentro do corpo que leva a doenças, como diabete, fígado gorduroso, infarto e derrame) e como podemos mudar nossos hábitos para melhorá-los.
Os carboidratos são essenciais para nosso organismo, pois seu produto final (após a “digestão”), a GLICOSE, é quem fornecerá a energia vital para as funções do nosso organismo. Eles estão prevalentes basicamente em sete fontes básicas de alimento: arroz / feijão, frutas, massas (lasanha, macarrão, pizza), pães/roscas, doces, legumes (batata, mandioca, cenoura) e bebidas alcoólicas.
A glicose que vai para o sangue, após a “digestão”, é transportada para os órgãos por meio da insulina – um hormônio produzido pelo pâncreas. A glicose que “sobra” é em parte estocada pelo fígado (o glicogênio) e outra parte convertida em triglicerídeos.
Quando há uma sobrecarga de carboidratos em uma única refeição, o pâncreas não consegue produzir níveis de insulina suficientes para o transporte da glicose no organismo e, assim, há várias consequências à nossa saúde, conhecida como distúrbio do metabolismo dos carboidratos, ou apenas síndrome metabólica:
a) A sobrecarga do pâncreas leva ao longo do tempo à sua exaustão (a insuficiência pancreática) que, em outras palavras, institui o diabete melito (quando o pâncreas perde a capacidade de produção da insulina) e suas consequências à saúde.
b) O acúmulo de glicose no fígado causa duas consequências: I. aumento de triglicerídeos (hipertrigliceridemia), um colesterol que pode levar a risco de pancreatite aguda e infere um risco aumentado de eventos cardiovasculares a longo prazo (derrame, infarto); II. acúmulo de gordura no fígado e sua inflamação – a famosa hepatite. Uma lesão semelhante àquela causada pelo excesso de bebida alcoólica, com risco aumentado de cirrose hepática e câncer de fígado.
A despeito de uma gama de medicações hoje disponíveis para seu tratamento, o arsenal farmacológico não cura as doenças, apenas impede que elas progridam mais rapidamente. Assim, o melhor tratamento é a sua detecção precoce e promoção de mudanças no estilo de vida, como uma dieta saudável e atividade física regular.