A incontinência fecal é a perda do controle voluntário da eliminação de gases ou fezes pelo ânus. O indivíduo pode apresentar pequenas perdas de gases durante esforços ou até mesmo saídas de fezes formadas pelo ânus em momentos indesejados. É mais comum em mulheres e idosos, mas pode acontecer em qualquer idade.
Muitas pessoas apresentam estes sintomas e, por vergonha ou medo de serem considerados indivíduos sem higiene, sofrem por muitos anos antes de procurar atendimento médico. Passam então a evitar encontros sociais ou atividades fora do lar, tendo assim grande repercussão sobre a qualidade de vida.
São várias as causas da incontinência, dentre elas os traumas à musculatura do períneo e compressões dos nervos ocorridos durante as gestações, traumatismos em partos vaginais, flacidez muscular decorrente do envelhecimento, inflamações da mucosa do cólon ou do reto, radioterapia, uso de medicamentos, diabetes e operações no reto e ânus.
A investigação da causa da incontinência é realizada inicialmente pelo exame proctológico. Outros exames importantes para a avaliação da integridade e atividade da musculatura do ânus e do períneo são a manometria anorretal, a ultrassonografia endorretal tridimensional e a ressonância nuclear magnética. A avaliação endoscópica (colonoscopia) deve ser realizada para a exclusão de doenças intestinais.
O tratamento inclui correções dos hábitos alimentares e regularização do ritmo intestinal. A fisioterapia do assoalho pélvico (biofeedback e eletroestimulação) apresenta bons resultados. Naqueles pacientes com lesão esfincteriana importante pode ser necessário o tratamento operatório.