O esôfago é um tubo muscular responsável pela condução do alimento da boca até o estômago e desempenha função fundamental na digestão humana. Na sua junção com o estômago, existe o esfíncter esofagiano inferior, uma espécie de válvula que direciona a passagem do conteúdo na direção correta.
A doença do refluxo gastroesofágico surge quando ocorrem relaxamentos inapropriados desta válvula ou quando ela não fecha corretamente e, assim, permite que o ácido e outros conteúdos do estômago refluam para o esôfago. Esta situação provoca uma inflamação da mucosa (revestimento interno) do órgão e pode causar sintomas como azia, queimação na garganta ou no tórax, tosse, rouquidão, disfagia (dificuldade para engolir) e regurgitação (sensação de retorno do alimento à boca). Nos casos mais graves podem ocorrer alterações das células da mucosa do esôfago (metaplasia intestinal ou Esôfago de Barrett) que aumentam a chance do desenvolvimento do câncer neste local.
O diagnóstico é feito pela endoscopia digestiva alta com biópsias. De acordo com a avaliação do médico pode ser necessário realizar outros exames, como a pHmetria (medida da quantidade de ácido que sobe do estômago para o esôfago) e a manometria esofágica (medida das pressões do músculo do esfíncter esofagiano).
O tratamento inclui medidas comportamentais e alimentares. Deve-se elevar a cabeceira da cama em 15 a 20 cm e evitar deitar-se após as refeições. Além disso, é importante fracionar a dieta (comer pequenas porções em intervalos regulares), evitar ingerir líquidos durante as refeições e moderar a ingestão de alimentos gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas ou gasosas, molho de tomate e condimentos. Controlar o peso (no caso de obesidade) e interromper o hábito de fumar também são de suma importância no tratamento.
O tratamento medicamentoso deve ser sempre orientado pelo médico. O uso de antiácidos para o alívio dos sintomas, sem uma correta avaliação médica, pode resultar em complicações como o estreitamento da passagem para os alimentos e, como já foi referido anteriormente, o câncer do esôfago. Nos casos mais graves, pode ser necessária a realização de cirurgia.